A reconversão do prédio da antiga estação Júlio Prestes em uma sala de concertos sinfônicos outorgou a São Paulo um ambiente musical de padrão internacional, cuja alta qualidade acústica e arquitetônica vem sendo plenamente reconhecida por especialistas brasileiros e mundiais.
Coube ao arquiteto conciliar as contribuições dos diversos consultores – em segurança, estabilidade do edifício e fundações, restauração, ar-condicionado e demais instalações, e principalmente de acústica - em busca de um equilíbrio, para uma melhor solução arquitetônica, sempre almejando a harmonia de conjunto; onde antigo e novo são claramente discerníveis, embora conformem um todo que os supera sinergicamente. Desde o princípio, pensou-se numa solução inovadora e até então única no mundo: um forro totalmente móvel.
Embora solucionasse questões acústicas - permitindo regular o volume total de ar na sala, de maneira a ser possível obter alturas diferentes sobre palco e plateia e, consequentemente, afinar a sala para cada tipo de evento musical – a concepção do forro proposta pela Dupré decorreu também das necessidades estéticas, ao permitir a preservação da integridade arquitetônica das fachadas do antigo pátio, garantindo a possibilidade de usufruir de seus belíssimos vitrais.
Os detalhes da revitalização da Estação Júlio Prestes, transmutada em Sala São Paulo de Concertos Sinfônicos, nascem da combinação de vários pressupostos conceituais objetivos: os preceitos de restauro; as contingências do edifício existente e a predominância técnica das questões acústicas.